Estava eu no passado domingo, no aeroporto internacional do Funchal, a comentar o meu anormal desejo de ouvir através dos altifalantes: "Passageira Daniela Ferreira faça favor de se dirigir à porta de embarque".
Até aqui tudo bem, não é surpresa para ninguem que por vezes tenho umas observações que roçam no que já alguém chamou 'demência'*.
Pois bem, heis que, convenientemente, se ouve através dos altifalantes espalhados um pouco por todo o aeroporto:
"Atenção, passageiros Daniela Ferreira e S*** C*****, por favor dirijam-se imediatamente à porta de embarque."
Dito isto, beijinhos, beijinhos... Pimba. A minha bolsa fica retida ("revistem lá isso que eu tenho de ir comprar tabaco")
"Atenção, passageiros Daniela Ferreira e S*** C*****, por favor dirijam-se imediatamente à porta de embarque."
Chego novamente à revista onde constatei que a minha bolsa apitava porque, por sinal, o meu bloco de notas foi confundido com um líquido.
Finalmente, e enquanto ouvia pela terceira vez
"Atenção, passageiros Daniela Ferreira e S*** C*****, por favor dirijam-se imediatamente à porta de embarque." cheguei à porta de embarque.
Devo dizer que fiquei orgulhosa por ouvir o meu nome pronunciado com tamanha importância não uma, não duas, mas três vezes.
*Relativamente à demência. Propuseram-me a escrita de: "Crónicas de uma demente."